quinta-feira, 25 de junho de 2009

Greve sintetiza gestão de Marinho

O Diário do Grande ABC publicou :
A greve de aproximadamente 2.000 servidores da Prefeitura de São Bernardo ontem pela manhã sintetiza o que foram os primeiros seis meses de governo de Luiz Marinho (PT), que serão completados na quarta-feira (1º de julho): falta de diálogo e precariedade dos serviços públicos. O petista ainda tem sofrido no relacionamento com o Legislativo e, nos bastidores, não é bem avaliado pelos próprios aliados.
Os servidores cruzaram os braços em protesto por melhores salários. A manifestação ocorreu em frente ao Paço. Às 8h30, Marinho chegou para trabalhar e encontrou alguns funcionários na porta de entrada do Executivo. Protegido por guardas municipais, evitou contato com os trabalhadores.
Marinho impediu a aproximação de uma servidora, o que gerou princípio de tumulto. Em seguida, o prefeito virou as costas para os trabalhadores e entrou no elevador que dá acesso ao 19º andar, onde fica seu gabinete.
Atualmente, Luiz Marinho está em situação antagônica à vivenciada há poucos anos. O petista foi eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em 1996, cargo para o qual foi reeleito para mais duas gestões: 1999-2002 e 2002-2003. Também foi presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e ministro do Trabalho e da Previdência.
Nesse período do outro lado do balcão, Marinho comandou manifestações e greves por melhorias salariais, melhores condições de trabalho e manutenção de empregos. Nessas ocasiões, demonstrou certa intolerância perante o endurecimento nas negociações por parte dos chefes.
Protesto - Enquanto o chefe do Executivo passava por saia-justa, os manifestantes promoviam passeata em volta da Praça Samuel Sabatini, sede da Prefeitura. Em cima de caminhão de som da CUT, integrantes da diretoria do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos) de São Bernardo discursavam contra a administração, que semana passada ignorou os pedidos do funcionalismo e não ofereceu nenhuma proposta salarial.
No dia 16, a entidade recebeu da Prefeitura documento com a oferta de benefícios para os servidores. Para decepção do Sindserv, o Executivo apresentou 0% de reajuste.
"A administração não cumpriu a palavra. Desde março estávamos em mesa de negociação. Foram sete ou oito rodadas de conversas e não houve avanço", criticou o presidente do sindicato, Carlos Roberto da Silva, o Ketu.
A paralisação de meio dia, no entanto, gerou consequências. Hoje, às 16h, será realizada nova reunião entre o Sindserv e o Executivo. "A expectativa é de que desta vez tenhamos uma proposta efetiva", vislumbra Ketu.
Amanhã será promovida assembleia dos servidores para analisar a oferta da administração. Se não for convincente, novos protestos não estão descartados.
A Prefeitura de São Bernardo possui cerca de 10 mil servidores ativos e 5.000 aposentados. A folha de pagamento para sustentar esse quadro é de R$ 450 milhões anuais. O reajuste sobre o índice de inflação é de 6,5% para os últimos 12 meses e a defasagem dos vencimentos dos funcionários públicos, de 1997 a 2007, é de 46%.

Nenhum comentário:

Postar um comentário