quinta-feira, 10 de maio de 2012

Revezamento dos partidos políticos no poder é a alma da democracia


O Diário do Grande ABC de domingo 29 de abril publica matéria sobre o ex-presidente Luiz Inácio que, no mínimo, merece uma reflexão. Diz o ex-presidente em sua mensagem ao Encontro Municipal de seu Partido, realizado no último sábado (28): "Temos que seguir com esse projeto de transformação de São Bernardo, que não pode ser interrompido". O título da matéria da página 5 do jornal em letras garrafais é: "PT visa governar S. Bernardo por duas décadas, diz Lula". Na linha fina se pode ler: "Por vídeo mostrado em congresso, ex-presidente fala em hegemonia".
Qual o reflexo, a consequência nos outros partidos políticos da cidade, mesmo aqueles aliados da atual administração, se eles acreditassem que essa vontade venha a realizar-se?
Com certeza, seus militantes deixariam de ser militantes, pois o sonho que alimenta a criação e existência de um partido é sua chegada ao poder. As esperanças acabariam. O que alimenta a vida dos partidos políticos, mesmo quando derrotados, é a possibilidade de vencer a próxima batalha e chegar lá. Por isso, podemos dizer que a hipótese de revezamento partidário no poder, é na República, a alma da democracia. O fim dessa possibilidade e, portanto das esperanças é começo da dominação de um único partido pela via do totalitarismo ou pela mão forte de uma ditadura.
Quero acreditar que a frase do ex-presidente pode alimentar o desejo do partido único, mas não contribui com a educação democrática de nosso povo nem com a construção da democracia no país que pressupõe o revezamento partidário no poder.

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