segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Aliados de Marinho estão descontentesBeto Silva

A sessão de ontem da Câmara de São Bernardo serviu apenas para demonstrar que alguns integrantes da bancada de sustentação do governo Luiz Marinho (PT) estão descontentes com a relação imposta pelo Executivo nos últimos dias. Na plenária em que foi aprovado somente um projeto - cessão do espaço do Legislativo para reunião de Wagner Lino (PT) com munícipes -, os governistas sequer deram parecer nos projetos da própria administração, o que adiou a apreciação das peças para a próxima semana. Nos bastidores, a insatisfação do bloco aliado decorre de um desencontro na sexta-feira, quando haveria reunião entre os parlamentares, integrantes da administração e o prefeito para exposição das proposituras que seriam enviadas à Casa ontem para votação. Entretanto, os vereadores esperaram por cerca de três horas no Paço e a conversa foi cancelada. Na segunda e terça-feira, Marinho promoveu duas atividades para explanar sobre as matérias, mas não convidou a bancada de sustentação. "Esse tipo de coisa é normal. Temos, agora, que discutir as propostas. Aqui já foi aprovado muito projeto sem debate. Hoje isso não acontece mais", minimizou Tião Mateus (PT), que alegou estar "sem condições" de conceder parecer em duas propostas do governo: concessão de área para o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e a revisão dos critérios de cobrança da taxa do lixo.O petista, porém, negou que sua atitude esteja relacionada a qualquer desagrado com o Executivo e afirmou que a articulação com a administração está "sem problemas". No entanto, sentiu-se desconfortável em responder questões relacionadas ao episódio de sexta-feira. "Quem pode falar oficialmente sobre isso é o (Wanderlei) Salatiel (presidente municipal do PT)." Procurado, o dirigente não foi encontrado para comentar o assunto.Justificativas - Sobre a matéria da cobrança da taxa do lixo, Tião justificou que "ainda não há entendimento" dos 11 parlamentares da situação. "Há algumas dúvidas. Mas o projeto é bom, pois hoje o mesmo valor é cobrado para grandes empresas e para pessoas que têm casas pequenas. Faz justiça social: quem tem mais, paga mais; quem tem menos, paga menos", discorreu o petista - atualmente a taxa única do lixo é de R$ 246 e com a matéria em vigor será cobrado R$ 1,80 por metro quadrado do imóvel.Acerca da permissão de utilização de área de 3.500 metros quadrados ao Senai, por 50 anos, o vereador reclamou da ausência de informações. "Não sabemos quais cursos serão implantados e quantos alunos serão beneficiados com a instituição. Temos de ter cuidado com a concessão de espaços públicos. Sou a favor da matéria, que é boa. Mas temos de ter mais detalhes", destacou Tião.

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